A quem pertence o cuidado? Como o Farmassist está a mudar a forma de cuidar a nossa saúde.

Por, José Segundo, Farmacêutico de terceira geração e co-fundador de FarmAssist.

Uma herança de cuidado e proximidade.

Desde criança, cresci entre frascos de vidro, receitas manuscritas e histórias contadas ao balcão. A farmácia era mais do que um lugar onde se vendiam medicamentos — era um ponto de encontro entre ciência, confiança e cuidado humano. O meu avô, depois minha mãe e o meu pai, mostraram-me que ouvir um doente é tão importante quanto saber que medicamento lhe dar.

Foram eles que me ensinaram que cada pessoa que entra numa farmácia traz consigo muito mais do que uma receita. Traz preocupações, dúvidas, medos, histórias e, muitas vezes, a esperança de ser compreendida. Essa sensibilidade, esse olhar atento, essa responsabilidade foi passando de geração em geração. E é isso que hoje ainda me move, mais de 20 anos depois de ter iniciado o meu próprio caminho como farmacêutico.

Ao longo destes anos, percebi que aquilo que as pessoas mais valorizam não é apenas o medicamento certo, mas sentir que há alguém do outro lado que se importa de verdade e em quem se pode confiar. E essa foi sempre a base da minha prática profissional: primeiro a pessoa depois … tudo o resto.

A pergunta que nunca me deixou.

Durante todos estes anos de profissão, fui percebendo que o cuidado era dificil e frágil, e não ficava garantido pelas capacidades socioeconomicas da pessoa e sua Família, nem o inverso era verdade. È uma pergunta que sempre coloquei: a quem pertence, afinal, o cuidado? A resposta nunca foi simples, porque o cuidado não se limita à responsabilidade de uma só pessoa ou profissional. Será ao médico que prescreve? Ao farmacêutico que fornece os medicamentos? Ao Estado? À família que se preocupa à distância? O médico pode prescrever, mas é o farmacêutico que mais acompanha. A família (quando existe) apoia, mas muitas vezes à distância. E o próprio doente crónico faz o que pode para manter a sua rotina.

A verdade é que, muitas vezes, o cuidado acaba por se perder entre agendas cheias, sistemas de saúde sobrecarregados e vidas cada vez mais aceleradas. E quando o cuidado falha, não é por falta de vontade. É por falta de estrutura, de apoio, de uma solução que una todas as pontas soltas.

Foi ao longo de milhares de atendimentos, conversas e histórias de vida que comecei a perceber: a pergunta sobre a quem pertence o cuidado talvez não precise de uma resposta única, mas de uma nova forma de olhar para o problema. Um novo caminho onde o cuidado seja partilhado, coordenado e contínuo.

Uma nova resposta: nasce o Farmassist.

Foi precisamente desse desejo de mudar que nasceu o Farmassist. Um serviço pensado para resolver o que tantas famílias vivem todos os dias: a dificuldade de gerir a medicação de forma segura, simples e com apoio profissional contínuo. O Farmassist organiza, prepara e entrega a medicação de forma personalizada — mas vai muito além disso.

A nossa missão é garantir que cada pessoa, mesmo com tratamentos complexos, doença crónica ou familiares distantes, possa viver com mais tranquilidade e confiança. O Farmassist não é apenas um serviço de farmácia ao domicílio; é um sistema de acompanhamento terapêutico contínuo, com um farmacêutico disponível, com monitorização da terapêutica e com uma equipa que se importa.

É a resposta moderna a um problema antigo. É trazer para o presente o espírito da farmácia tradicional — aquele cuidado próximo, humano, real — mas com a estrutura, a tecnologia e a fiabilidade que os tempos atuais exigem.

O desafio diário de tantas famílias.

Todos os dias, vemos filhos que ligam aos pais para garantir que a medicação foi tomada. Vemos cuidadores exaustos, a tentar fazer o melhor possível entre turnos de trabalho e a gestão da casa. Vemos doentes que tomam os medicamentos ao acaso, sem perceberem bem para quê ou quando. E, com frequência, vemos a ansiedade de quem sente que está a falhar, mesmo tentando fazer tudo certo.

Estes desafios não são sinais de desorganização ou desinteresse. São consequências de um sistema que não está preparado para apoiar a continuidade do cuidado de forma eficaz. E enquanto o sistema falha, famílias reais vivem todos os dias com dúvidas, medos e decisões difíceis.

O apoio ao doente crónico tem de ser mais humano, mais previsível, mais presente. O Farmassist surgiu precisamente para aliviar esse peso. Para que o cuidador tenha mais serenidade. Para que o doente tenha mais autonomia. E para que o farmacêutico possa fazer aquilo que faz melhor: acompanhar, esclarecer, cuidar.

O que o Farmassist faz por si.

O Farmassist organiza a medicação do mês em rolos personalizados, identificando o dia e a hora em que cada toma deve ser feita. Cada FarmaKit (caixa) é preparada com rigor por farmacêuticos nas Farmácias, e o serviço inclui o acompanhamento terapêutico, renovação de receitas, e apoio direto ao utente ou cuidador. Tudo isto entregue com conforto, diretamente em casa.

Mais do que conveniência, o que oferecemos é segurança. Sabemos que a adesão ao tratamento é um dos maiores desafios da saúde em Portugal — e sabemos também que quando há acompanhamento, proximidade e clareza, a saúde melhora e a vida torna-se mais leve. O Farmassist existe para garantir que ninguém fica perdido no meio de um tratamento complexo.

É este o nosso compromisso: cuidar com simplicidade, responsabilidade e presença. Porque para nós cuidar é mais do que medicar, é mais que um serviço, é uma relação!

Cuidemos juntos.

Acreditamos que o cuidado pertence a todos, e começa com um gesto simples de atenção, um sistema bem montado, e um profissional disponível.E pergunto:Quantas famílias vivem com a angústia de não saber se o pai tomou o medicamento certo? Quantos filhos ligam todos os dias à mãe, só para garantir que nada ficou por tomar? Quantos doentes vivem com o peso de um tratamento mal gerido — não por falta de vontade, mas por falta de apoio?

Se sente que a gestão da medicação, ou da medicação de um familiar, está a tornar-se um peso — não está sozinho. O Farmassist nasceu para mudar isto. Para dar tranquilidade a quem cuida. Para dar autonomia a quem é cuidado.
Porque ninguém devia enfrentar a doença sozinho.
E a verdade é que a saúde pode ser mais leve. Mais próxima. Mais humana.

Por isso deixo esta pergunta:


Está a ser verdadeiramente cuidado… ou apenas medicado?

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